Modelos curriculares e a sociedade atual

Postado em 3 de agosto de 2022

Todos nós sabemos que as atuais práticas e metodologias de ensino-aprendizagem que tem como foco os conteúdos e ementas dos planos de ensino e a mera transposição destes conteúdos do livros para o professor e do professor para os estudantes, já não cabe mais na nossa sociedade.

Você sabia que nossos modelos curriculares datam de 1808 e que eles praticamente não mudaram de lá para cá? E a nossa sociedade, mudou de lá para cá?

Minhas reflexões a seguir tem como fundamento o livro – Trilhas abertas na universidade de autoria do Marcos Masetto (Summus Editorial, 2018).

Nossos currículos (ensino básico e superior) concebem um conhecimento produzido e socializado em disciplinas específicas de determinada área do conhecimento, desenvolvidas de modo estanque e com informações fragmentadas, cuja integração se espera acontecer ao longo de um currículo por ação individual do aluno. Mas será que o aluno vai realizar esta integração?

São princípios dessa organização curricular: lógica linear ao processar o conhecimento; estabelecimento de pré-requisitos entre as disciplinas; teoria sempre precedendo a prática; planejamento de disciplinas independentes umas das outras e justapostas tanto na linha horizontal (entre as disciplinas do mesmo período do curso) quanto em seu aspecto vertical (umas após as outras na sequência dos períodos). Conhecimentos, experiências e informações se transmitem dos que sabem (professores) para os que não sabem (os alunos), devendo estes últimos reproduzir informações e experiências transmitidas como sinal de sua aprendizagem e, por conseguinte, de sua competência profissional.

Nossa formação acadêmica e científica foi marcada pela dimensão da disciplinaridade: o curso de graduação foi construído com disciplinas justapostas numa dimensão horizontal e também vertical; estudamos e fomos avaliados por disciplinas; nossos cursos de especialização, mestrado e doutorado se organizaram em um esquema de disciplinas obrigatórias e optativas; as primeiras pesquisas e as que se seguiram originaram-se de temas relacionados com as disciplinas cursadas. Uma vez mestres e doutores, ao participar de concursos para lecionar na graduação, no mestrado ou no doutorado, concorremos para, entre outras atividades, lecionar determinada disciplina. Em nosso contrato de trabalho aparecemos como responsáveis por determinada disciplina, das quais hoje somos professores. Não podemos negar que por muitos anos nossa cultura acadêmica foi construída numa dimensão disciplinar, explicitando-se tal dimensão na docência e na pesquisa como reconhecimento de limites de uma área de conhecimento e como método investigativo.

Hoje, porém, vivemos em uma sociedade na qual o conhecimento se apresenta com novas perspectivas: sua produção é marcada pela multiplicidade de fontes que pesquisam e trabalham informações, transformando-as em conhecimento. Além disso, há a facilidade de acesso à informação e aos próprios pesquisadores e especialistas por meio das tecnologias de informação e comunicação, de forma imediata e em tempo real.

No entanto, abrindo o espectro das características atuais do exercício das profissões, encontramos exigências como: construção de conhecimento interdisciplinar; atuação interprofissional; multiculturalismo; abertura para os novos desafios da ciência e da tecnologia; desenvolvimento de projetos com soluções criativas; exploração de experiências individuais e coletivas; desenvolvimento de pesquisa; e atuação em equipe etc.

Tais desafios geram nas instituições de ensino superior (IES) questionamentos como: o que ensinar? Por que ensinar? Para que ensinar e como fazê-lo? Apontam, ainda, um rompimento com os currículos tradicionais, que parecem não dispor de respostas às necessidades contemporâneas de nossa sociedade – que exige diagnósticos e ações interdisciplinares, a descoberta de novas soluções para problemas antigos no atual contexto e para os novos que se apresentem e profissionais com competência para encaminhá-los e solucioná-los.

Entendemos que a inovação curricular é a que tem mais condições de oferecer uma resposta significativa para os desafios com os quais deparamos.

O tipo de conhecimento hoje exigido e esperado é aquele que ultrapassa os limites disciplinares, abrindo-se para outras áreas e formas de conhecimento e procurando integração, diálogo e complementação. A multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade se apresentam como novas opções para o estudo, a pesquisa e as intervenções humanas e profissionais na sociedade contemporânea.

O curso METODOLOGIAS ATIVAS – SALA DE AULA INVERTIDA, vem ao encontro da inovação curricular e consequentemente da implantação e oferta de novas formas de ensinar e aprender!

Um abraço a todos!

Profa Márcia Loch

Referência

MASETTO, Marcos T. Trilhas abertas na universidade: inovação curricular, práticas pedagógicas e formação de professores. São Paulo: Summus, 2018.

🟣 Me SIGA em todas as redes e acompanhe as novidades na minha página!

——————————————
– Página do curso: https://www.udemy.com/course/salainvertida/?referralCode=3F739D027966BE96B0C7
– Vídeo de divulgação: https://youtu.be/ensFk1NLVA4
– Instagram: https://www.instagram.com/marcia.loch.consultoria/
– Linkedin: https://www.linkedin.com/in/marcialoch/


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

*

Whatsapp