No Brasil, a primeira instituição de ensino superior foi a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808. “Depois vieram as faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda, em 1827”, diz a historiadora Maria Lígia Coelho Prado, da USP. Já a primeira universidade a oferecer cursos variados foi a do Rio de Janeiro, fundada em 1920. Temos pelo menos um século de história do ensino superior formalizado no país. E quando comparamos com a história da EAD no Brasil?
De lá para cá, quais as mudanças efetivas que ocorreram na educação presencial? O papel do professor, dos estudantes, a gestão, a infraestrutura (das salas de aula, por exemplo), os currículos, mudaram muito?
No Brasil, a EAD teve sua formalização no Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. (LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996).
Em 2005 a EAD foi oficialmente conceituada no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005: “Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”
Já em 2017 o conceito foi reformulado. Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos. (DECRETO No – 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017).
Temos 27 anos de história da educação à distância no Brasil formalizada por meio da LBD e as demais regulamentações que vieram posteriormente. O último conceito de EAD tem apenas cinco anos! De lá para cá a história da EAD teve muitas mudanças, principalmente de regulação e avaliação. Ao longo destes anos podemos perceber a existência de inúmeros modelos, metodologias, tipos de materiais didáticos, instrumentos de avaliação, implementação de novas tecnologias, mudanças no papel do professor, do conteudista e do ESTUDANTE. Sem contar as mudanças nas leis e instrumentos de avaliação do MEC/INEP.
Mas fica a pergunta – Será que o estudante que faz sua matrícula em um curso à distância tem noção ou conhecimento das competências que precisa desenvolver para ter sucesso nessa modalidade de ensino?
Sabemos que o sucesso está relacionado a vários fatores: história de vida pessoal e educacional; dedicação; força de vontade; paciência e esforço; planejamento; autonomia; capacidade de ir além do que lhe é fornecido ou possibilitado etc. Mas também tem total relação com o que e como a IES “entrega” e oferta seus cursos.
E detalhe: isso é válido para qualquer modalidade de ensino, certo?
No país temos inúmeras IES ofertando EAD, diversos cursos e áreas de conhecimento, com diferentes faixas de preço e “qualidade” muitas vezes questionáveis. O sistema de regulação (SINAES) pode ajudar na qualificação, no entanto, entendo que caberá ao candidato e/ou aluno a avaliação do que cada IES está “entregando”.
Já parou para pensar que ensino – presencial ou a distância – não pode e não deve ter relação apenas com o PREÇO da mensalidade? O que a IES escolhida está te entregando, além do preço, qual o VALOR? Pense nisso antes de escolher sua Universidade e a modalidade que você irá escolher para conquistar seus sonhos!
Um abraço a todos!
Prof. Márcia Loch
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