Dilemas do presente e do futuro do ensino superior no Brasil

Postado em 18 de agosto de 2022
Ensino superior

Boa tarde!

Ontem (17/08/22) assisti uma live ofertada pela Hoper Educação com a temática: Destruição de valor e queda de preço nas mensalidades: o Ensino Superior em risco.

Os conferencistas foram:

Beth Guedes. Presidente da ANUP. Foi vice-reitora da Univ. Anhembi Morumbi; e Co-Founder e Diretora Superintendente do IBMEC. Tema: Expansão desenfreada e destruição de valor: a falta que faz um sistema de avaliação responsável.

Luiz Roberto Liza Curi. Conselheiro e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação. Tema: O espelho que foge: dilemas do futuro no Ensino Superior.

Com a mediação do meu mais inspirador ex-líder na Unisul, o prof. João Vianney – Sócio-consultor da Hoper e Diretor do Blog do Enem.

Você encontra os materiais utilizados e a gravação neste link: https://www.hoper.com.br/webinar/159. Vale a pena assistir, caso você não tenha acompanhado.

Devo admitir que fiquei surpresa e chocada com os dados do último censo da educação superior apresentadas pelo prof. Curi e que passo a partir de agora resumir e após faço uma pequena reflexão a partir destes números.

Minhas reflexões

De acordo com o último censo da educação superior do Brasil (2020), foram ofertadas 19.626.441 milhões de vagas em cursos de Graduação em todas as esferas – pública e privada no Brasil.

Considerando apenas a rede privada, foram abertas mais de 18 milhões – 5 milhões presenciais e 13 milhões na modalidade a distância. Cerca de 95% das vagas  disponíveis estão em universidades privadas. No entanto, quando comparado abertura de vagas X ingressantes, o censo nos mostra que apenas 20% das vagas ofertadas na rede privada são preenchidas. No público gira em torno de 75% a 80%. Do total de vagas disponíveis – 19.626.441 milhões – foram preenchidas apenas 3.765.473 milhões.

Pela primeira vez na história do Brasil, o número de ingressantes em cursos na modalidade a distância ultrapassou o presencial. Foram 2.008.979 milhões de ingressantes para o EAD e 1.756.496 milhões para o presencial em todas as redes. A rede pública teve 527.006 ingressantes, sendo 9,2% EAD (48.300) e 90,8% presencial. A rede privada teve 3.238.469 de ingressantes, sendo 60,5% EAD (1.960.679) e 39,5% presencial.

Agora vem os dados mais chocantes:

Do total de vagas abertas e disponíveis em todas as redes, modalidades e cursos de graduação, 15.860.968 NÃO foram preenchidas! Apenas 19% das vagas disponíveis foram preenchidas em todas as redes e modalidades.

Algumas reflexões a partir destes números

Sabemos que há necessidade de mudanças no sistema de regulação e avaliação da educação superior – os processos são burocráticos, morosos, nem sempre transparentes, os instrumentos de avaliação institucional e de curso avaliam IES do século passado.

Considerando os números acima e a necessidade de sobrevivência das IES privadas, creio que não dá para ficar esperando mudanças significativas do MEC, CNE e INEP nos processos de avaliação e regulação, para que as IES possam iniciar os processos de revisão e reestruturação de suas formas de gestão e de ensino.

Há algumas semanas escrevi um texto no meu Blog chamado:  Modelos curriculares e a sociedade atual que está neste link: https://marciaconsultoria.com.br/blog/modelos-curriculares-e-a-sociedade-atual. No texto faço algumas reflexões sobre as necessidades urgentes de mudanças e inovações nos currículos dos cursos de graduação. Vale a pena conferir!

Além do que escrevi no texto acima, creio ser importante a discussão dos nossos modelos de instituições de ensino. Elas também são o retrato do modelo de nossos currículos. É preciso ir além da inovação curricular. Incluo nesta lista: formas de contratação de professores (e de formação – licenciaturas, mestrados e doutorados, afinal todos eles ainda tem como foco conteúdos); novas formas de dar e mostrar o valor e não o preço aos produtos; novas formas de articulação da instituição com a sociedade e setores produtivos; novas formas de inclusão de tecnologias para a gestão e para a educação; novas formas de fazer a gestão das instituições.

É preciso agir rápido! Pois além dos números assustadores acima citados, precisamos pensar como estamos formando ou possibilitando a formação para nossas crianças, jovens e adultos!

Sua instituição está preparada para isso?

Clique no botão do WhatsApp ao lado e vamos conversar?

Um abraço!

Prof. Márcia Loch

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