Motivação 3.0
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Recentemente comecei a ler o livro de Daniel Pink, chamado Motivação 3.0 (Ed. Sextante, 2019). O livro possui 240 páginas e parei neste momento na página 98. Fechei o Kindle e vim aqui escrever este pequeno texto e compartillhar com vocês.
O foco do autor Daniel Pink é discutir por meio de diferentes pesquisas científicas ocorridas neste e no século passado aspectos relacionados a MOTIVAÇÃO. Os exemplos e as relações que ele comenta no livro são essencialmente para a área empresarial, no entanto, é possível levarmos tais exemplos e conceitos para dentro das nossas salas de aula (físicas ou virtuais).
O que mais me chamou a atenção até aqui foram os conceitos de MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA e MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA (ou autônoma).
A motivação 2.0 (ou extrínseca) é aquela bem conhecida por nós. Segundo o autor , a motivação 2.0 é o sistema operacional que se baseia na crença de que o trabalho não é intrinsecamente agradável e é precisamente por isso que precisamos estimular as pessoas com recompensas externas e ameaçá-las com punições externas. Para amenizar os “estragos” deste tipo de recompensa o autor sugere: O requisito essencial: Toda recompensa extrínseca deve ser inesperada e oferecida somente depois de completada a tarefa.
Não preciso dizer que na maioria das empresas o processo de gestão ainda ocorre neste formato, certo? E quando a gente pensa nas nossas instituições de ensino, em todos os níveis e modalidades, me parece que a maioria ainda atua também neste formato: a recompensa é a nota alta e a punição pode ser a reprovação.
Já a motivação intrínseca é baseada na satisfação, ou seja, no quão criativa uma pessoa se sente ao trabalhar no projeto, é o motivador mais forte e mais comum. Para artistas, cientistas, inventores, estudantes e todos nós, a motivação intrínseca, esse impulso para fazer algo porque é interessante, desafiador e envolvente é essencial para altos níveis de criatividade.
Para tarefas criativas, heurísticas, que envolvem o lado direito do cérebro, você está em terreno instável oferecendo recompensas do tipo “desde que”. Este tipo de motivação possui três pilares: autonomia, excelência e propósito.
Nesta pequena reflexão fiquei pensando na responsabilidade das nossas instituições de ensino no sentido de possibilitar, instigar e desenvolver nos estudantes a MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA (óbvio que não vai ocorrer com todos, mas é possível tentar fazer diferente do que ocorre hoje, quando as práticas ainda ocorrem por meio da motivação extrínseca – notas, faltas, advertências, aprovação, reprovação etc.).
Uma saída para isso é a utilização de metodologias ativas (as mais diversas), tendo como premissa básica que o estudante é um ser ativo do processo e que vai atuar com projetos de ensino-aprendizagem que sejam significativos e que ele veja propósito na sua aprendizagem e aplicação.
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Um abraço e ótimo final de semana!
Profa. Márcia Loch
Referência
PINK, Daniel H. Motivação 3.0 – Drive: A surpreendente verdade sobre o que realmente nos motiva. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.